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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 318-2

318-2

Atividade antibacteriana de peptídeos antimicrobianos nisina e melitina sobre bactérias causadoras de infecções na pele

Autores:
Tatiane B Zapata (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Debora Sousa (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Nicolas Ripari (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Ana Flávia Pereira (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Ary Fernandes Junior (UNESP - Universidade Estadual Paulista)

Resumo:
A resistência aos fármacos antibacterianos tem aumentado e mostrado a necessidade das pesquisas que visam novas opções terapêuticas para tratamento de doenças infecciosas. As piodermites como impetigo, ectima, erisipela, síndrome da pele escaldada estafilocócica, foliculite e acnes representam um desafio clínico. Essas enfermidades são causadas, na maioria das vezes, por cocos Gram-positivos (estafilococos ou estreptococos). Os produtos naturais, como os peptídeos antimicrobianos, são uma alternativa para o desenvolvimento de novos agentes antibacterianos, devido às suas propriedades biológicas. O objetivo deste trabalho é avaliar a atividade antibacteriana de dois peptídeos antimicrobianos sendo estes nisina, uma bacteriocina produzida por Lactococcus sp, e a melitina, uma fração do veneno da abelha Apis mellifera.Os antimicrobianos foram testados sobre linhagens ATCC de Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA), Streptococcus pyogenes e Cutibacterium acnes pela metodologia da microdiluição (REMA – Resazurin Microtiter Assay) para obtenção da concentração inibitória mínima (CIM). Também foi verificada a ocorrência do sinergismo pela metodologia de curva de sobrevivência ou time kill curve e Checkerboard para o C. acnes, utilizando 25% do CIM dos antibióticos mais 25% do MIC dos óleos essenciais e dos peptídeos para MRSA, S. pyogenes e C. acnes. Foram realizadas a análise de citotoxicidade deste produto sobre queratinócitos (linhagem HaCat) na metodologia do vermelho neutro. As CIMs da nisina e melitina foram respectivamente para C. acnes (0,2μg/mL;16 μg/mL), MRSA (3,1 μg/mL; 63 μg/mL) e S. pyogenes (25 μg/mL; 1,5 μg/mL). A nisina apresentou a melhor ação dentre os produtos testados. As análises iniciais de citotoxicidade IC50 nas concentrações testadas de 1x e 2x a CIM demonstraram que a viabilidade celular foi superior a 60% e nenhum dos compostos demonstrou ação citotóxica. Foi verificado o sinergismo dos produtos frente às cepas de MRSA e S. pyogenes, o qual a curva demonstrou redução no crescimento bacteriano em comparação com o controle positivo e ao efeito sozinho de cada produto. Na metodologia de checkerboard foi demonstrado efeito aditivo na combinação dos produtos frente à C. acnes. A nisina e melitina apresentaram eficácia contra as cepas de S.pyogenes, MRSA e C. acnes, destaque para a nisina que demonstrou melhor ação antibacteriana. Ambos compostos possuem potencial para o desenvolvimento de um novo antimicrobiano para o tratamento dessas bactérias.

Palavras-chave:
 Sinergismo, S. pyogenes, MRSA, C. acnes, Peptídeos antimicrobianos


Agência de fomento:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)